Por Carolina Vitorino e Priscila Tâmara |
A impressão digital em tecido já percorreu um longo caminho através de pessoas como Mary Katrantzou e Peter Pilotto, que trabaham com estampas vivas e brilhantes em suas coleções. O trabalho como dos ingleses Gavin Insley e Mika Nash é diversificado, pois utilizam a serigrafia para estampar, o que para uns pode parecer ser primitivo, no meio de tanta tecnologia, para eles funciona muito bem.
Gavin e Mika são formados em moda na Ravensbourne e se especializaram em produtos têxteis e depois se tornaram técnicos de serigrafia. Mika trabalhou com Zandra Rhodes e Gavin com um especialista em tendência. Durante todo esse tempo, eles investiram seus ganhos em equipamentos, para então, iniciar a Insley&Nash.
Há cinco anos Gavin Insley e Mika Nash, perceberam uma lacuna onde a serigrafia tradicional poderia desempenhar um papel importante na cena da moda em Londres, então, eles queriam oferecer serigrafia para que os designers experimentassem, utilizando técnicas têxteis com elementos diversificados como: papel alumínio, tinta metálica, neon e efeitos especiais.
Insley & Nash também fazem pequenas tiragens à comunidade londrina com amostras para as passarelas. É isso que faz o trabalho deles tão interessante, pois podem ser extremamente experimentais como explica Gavin: “Nós temos uma abordagem criativa para a forma como trabalhamos e deve soar de forma verdadeira para os designers”.
Eles ainda trabalham com alunos de moda ajudando na percepção de suas necessidades da serigrafia em suas coleções já que os equipamentos de serigrafia não são aceitos nas universidades, portanto, substituídos por impressão digital. Gavin falou de um técnico em serigrafia lendário na faculdade em que estudou, que precisou se adaptar a impressão digital para continuar em seu emprego.
Este vídeo ilustra o trabalho de Gavin e Mika e retrata suas experiências diárias.
O estilista Joseph Turvey, causou um grande impacto com seu rosto impresso na coleção MA da London College of Fashion, também foi prestigiado com os trabalhos de Insley & Nash para sua coleção, que apresenta folhas de palmeira estampadas sobre seu rosto impressos digitalmente.
Olhem bem de perto como a tinta reage com o calor e como as folhas também desaparecem.
É essa proeza combinada com o digital e o analógico, que intriga Gavin e Mika. Embora a impressão digital seja restrita a alguns tecidos como sedas e algodões, a serigrafia tem uma flexibilidade maior, por isso, eles dizem até, que não são anti-impressão digital e que o digital teve tal boom porque a impressão está crescendo por conta da facilidade de tirar uma foto e conseguir imprimi-la imediatamente, por isso, acham até compreensivo, mas ainda acreditam que podem fazer coisas diferentes e adicionar texturas diferentes nisso tudo.
Eles também trabalharam com Giles Deacon por um tempo, oferecendo um trabalho de tingimento a mão que aplicaram apenas em algumas das últimas coleções de Giles.
Vejam alguns exemplos de textura através da impressão digital produzidos pelo estilista Richard Nicoll. Um pedaço de PVC impresso com flocagem. Eles também experimentaram coloridos fluindo gradativamente.
Como é feito: O tecido é colocado para secar e, em seguida, vai para uma prensa de calor onde as peças recebem uma solução sobre elas que, por conseguinte, são queimadas e uma vez lavada são deixadas para trás e as partes onde a solução não foi aplicada são levantadas onde a textura da viscose é retida. Esta é uma técnica onde o veludo proporciona uma superfície mais elevada.
Estas técnicas não existem em outros lugares, mas a maneira experimental de Insley & Nash de trabalhar, certamente é um processo de desenvolvimento muito criativo.
Carolina Vitorino cursou Produção de Vestuário e atualmente se aprofunda em Modelagem. Priscila Tâmara estuda e trabalha com Modelagem Geométrica e cursou Merchandising p/ Varejo de Moda.