De olho na moda - Sling


Por Carolina Vitorino e Priscila Tâmara | 

Em diversas culturas indígenas, africanas e asiáticas, já é de praxe levar o bebê envolvido em uma faixa de tecido amarrada ao corpo. Acreditamos que por instinto materno, as mães procuravam fortalecer a conexão com seus filhos, criando uma espécie de “barriga de transição”, como a dos cangurus. Pesquisas recentes relatam a importância desse costume e ainda, a exterogestação afirma que os bebês humanos, diferente dos bebês mamíferos nascem imaturos por causa do tamanho do cérebro e também pelo tecido nervoso necessitar mais de caloria. O recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro.

O crescimento do nosso cérebro após o nascimento é mais rápido, do que o de qualquer outro mamífero e segue assim por 12 meses. O ideal seria continuar a gestação externa até nove meses pós nascimento. Isso se dá em alguns trabalhos científicos em UTI’s neonatais, como no caso do Projeto Mãe Canguru, do Imip (PE), que deixam mães e filhos em contato com a pele por 24 horas, fazendo com que os bebês pré-maturos se recuperem.


As mulheres de cultura tradicional têm algumas vantagens ao carregar seus bebês, além de se locomover melhor no dia a dia, ainda mantém a linha natural da coluna do bebê não pressionando diretamente em nenhum ponto e ao transportar na posição vertical previne na regurgitação e reduz a formação das cólicas, sem contar que os bebes ficam mais relaxados, dormem melhor à noite e não sofrem de morte súbita, pois estão sempre em contato direto com suas mães, ouvindo sons semelhantes ao que escutavam quando estavam na barriga e aprendem com a respiração continuada delas. Dentro do porta bebê, o pai ou a mãe compartilha calor, cheiro, aconchego com o filho, mostrando que o ama.

Nos Estados Unidos e Europa, o uso do carregador de bebês variados tem se popularizado nos últimos anos. E quem pegou o gancho desse carregador, foi o americano Rayner Garner, que em 1981 fez um “Baby Sling” para sua filha Fonda e depois fez vários com sua esposa e em um desses, conseguiu pensar numa argola que seria seu cinto onde conseguiu modernizá-lo e popularizá-lo, porém, por pouco tempo, pois não conseguiu a licença para patentear, até que em 1987 conheceu o pediatra William Sears que comprou os direitos e hoje se diz o inventor dele.

Conhecido como sling, um retângulo dobrado, feito de tecido com aproximadamente 2 metros de altura e 0,70 metros de largura, com duas argolas, geralmente de aço niquelado de 62 mm, de selaria, o mais adequado para o uso, garantindo a segurança do bebê. Ele forma uma espécie de rede ou saco, onde carrega o bebê em posições variadas, imita a posição natural dos braços que carregam uma criança. Ao contrário dos “cangurus”, que não podem ser usados por recém-nascidos e bebês sem firmeza no pescoço, ele pode e deve ser usado sem restrições já a partir do nascimento.

O sling também respeita o desenvolvimento do bebê que começa a sentar, pois não força as perninhas a se manterem abertas nesta fase de formação das articulações do quadril. O movimento experimentado pelo bebê num sling o encoraja a dormir durante e depois de ser transportado. O sling favorece o desenvolvimento do senso de balanço, dos músculos do pescoço e das costas e de todos os aspectos psicomotores.

Além de ser muito mais barato que um carrinho, cadeirinha ou outros meios de transportar seu bebê, o sling tem uma vida útil mais longa: pode ser usado até cerca de 25kg, uns dizem que aguenta 50kg, o que vai depender principalmente da capacidade física do pai ou mãe de sustentar esse peso. Prático, pode ser lavado sempre que se desejar, à mão ou na máquina, e é muito mais fácil de carregar que qualquer outro “substituto”.

A tradução para o Sling é como “algo que suspende”.

Aqui você pode aprender como usar o seu sling: http://slingada.blogspot.com.br/

Carolina Vitorino cursou Produção de Vestuário e atualmente se aprofunda em Modelagem. Priscila Tâmara estuda e trabalha com Modelagem Geométrica e cursou Merchandising p/ Varejo de Moda.
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