O motivo do nome é bem simples, ela não terá um tema específico. Aqui nosso camarada de longa data, o jornalista Rodrigo Roah, será livre pra misturar tudo o que tem na cabeça abordando os mais variados temas e assuntos, além é claro de mostrar um pouco de seu talento com as palavras.
That's it! Então vamos deixar de papo furado e ir direto ao que interessa... aproveitem!
Por Rodrigo Roah
A moda sempre marca uma nova tendência. Novos costumes trazem uma renovação da cultura. A moda inventa e reinventa o novo de novo.
Com o passar dos anos algumas coisas tornam-se démodé.
Diria que o amor está cada vez mais fora de moda. Alguns tentam desesperadamente nadar contra a contemporaneidade e permanecer fora do contexto presente. Outros abraçam a modernidade e se esquecem que tal sentimento possa existir em outras pessoas. Trocam o amor como trocam de roupa.
Há quem faça planos. Esses gostariam que uma pessoa perfeita se apresentasse na sua frente como por encanto. Uma pessoa que te entenda, compreenda e, como você, prefira o démodé do amor.
Desculpem decepcioná-los, mas tal pessoa perfeita não existe. Simplesmente porque tal perfeição desejada também não existe.
É como a parábola da maça. Conhecem caros leitores?
Convido a brincarmos.
Fechem os olhos e imaginem uma maça. Abram os olhos e desenhem a maça que imaginaram.
Por mais que você seja um exímio desenhista a maça nunca será tão perfeita quanto à imaginada. Mesmo que consiga que tais imperfeições sejam obscuras ao ponto de ver na imagem do papel a imagem da maça imaginada. Ela não será perfeita.
Por quê? Quem disse que a maça que foi imaginada é perfeita? Não passa de uma cópia perfeita das imperfeições do mundo.
Por mais que lutemos para encontrarmos a perfeição nas pessoas, encontraremos, quando muito, cópias perfeitas do imperfeito.
Acredito já ser muito que o acaso providencie o encontro de duas almas que procuram o démodé. Esse encontro já seria mágico.
Boas almas que gostam de coisas ultrapassadas e nostálgicas teriam um remanso.
Resta deixar que os contemporâneos vistam a cada dia uma peça de roupa nova. Terão cheiro de novidade todo dia. Que sejam felizes assim!
Prefiro o démodé da velha roupa desbotada, mas perfumada pelos lugares que passei.
Rodrigo Roah é jornalista, poeta e idealizador do blog As Caravelas. Twitter: @rodrigoroah