I'm on fire. Um giro pelo início do campeonato Inglês

Por Felipi Bigliazzi Dominguez

Sábado é um dia supremo. Sábado é dia de acordar em meio a beijos, Toddy e Premier League. I'm on fireeeeeeee... o hit da banda Kasabian é o nosso doce despertar.

Não que sejamos grandes fãs dos rapazes de Leicester, mas quanto Fire é entoada, colocamos a mão no peito em respeito a um dos grandes momento da semana. Setenta dias nos separavam da última jornada do campeonato inglês. Por isso, despertamos com uma alegria incomensurável. Logo de cara, três dos seis favoritos ao títulos em campo.

Em Anfield Road, o Liverpool recebia o Stoke City, tentando demonstrar que deve brigar com Arsenal e Tottenham pela quarta vaga na Champions League da próxima temporada. Titulo? Parece pouco provável. O orçamento do Chelsea, assim como de seus rivais da vizinha Manchester, estão bem acima dos investimentos dos Reds. A expectativa é chegar entre os quatro primeiros, posto que esteve longe durante toda a ultima temporada. Brendan Rodgers, em sua segunda temporada como comandante , pediu a contratação de um zagueiro para fazer dupla com Agger. Foi então que o treinador norte-irlandês conseguiu trazer Kolo Touré, que estava encontado no Manchester City. Pepe Reina não renovou o seu contrato e foi preciso buscar um novo goleiro. O belga Simon Mignolet foi o escolhido para assumir o posto, graças a grande temporada defendendo a meta do Sunderland.

Logo no primeiro jogo, Mignolet se converteria em herói ao defender um pênalti aos 44 minutos do segundo tempo, assegurando a merecida, porém suada vitória do Liverpool por 1 a 0. Com a ausência de Luis Suarez - suspenso por 6 jogos - Daniel Sturridge foi escalado como centroavante, acompanhado pelo jovem espanhol Iago Aspas no comando do ataque. O Liverpool foi superior, mostrando aquele futebol de toque de bola que caracteriza as equipes dirigidas por Brendan Rodgers. O norte-irlandes decidiu manter o esquema 4-2-3-1, com Lucas e Gerrard como dupla de volantes, além dos talentosos Phillipe Coutinho e Jordan Henderson - , que atuavam como meias abertos pelos flancos. O Liverpool começa forte, no entanto, vai depender muito da permanência de Luis Suarez para almejar algo maior nesta temporada.

Visão tática do Liverpool
E o que dizer do Arsenal? O time do Norte de Londres começa a temporada demonstrando a habitual falta de ambição que já o caracteriza. Arsene Wenger se iludiu com o final da temporada passada, quando a equipe enfim encontrou o caminho do bom futebol. Com a volta de Rosicky e Wilshere - amos estiveram 2/3 da temporada no departamento medico - os gunners conseguiram beliscar a quarta vaga para a Champions League, arrancando o posto que pertencia ao arqui-rival Tottenham. Contudo, era preciso mais ambição na janela de transferência. O Arsenal foi hesitante. Perdeu a possibilidade de trazer Higuain e Luiz Gustavo. 

Era sabido que o gunners precisam de contratações de peso. Logo no primeiro jogo a verdade veio a tona.O Arsenal perdeu para o Aston Villa, em pleno Emirates Stadium, por 3 a 1. Um verdeiro show de horror da zaga composta por Mertesacker e Koscielny. O Arsenal foi a campo no habitual 4-1-4-1, com Rosicky e Wilshere na armação, Chamberlain e Walcott como ponteiros e Giroud como centroavante - os gunners demonstraram a mesma fragilidade de outros carnavais. Um time leve, jovem e de pouca pegada no meio-campo. Para piorar, as inúmeras lesões - , que atormentam o departamento medico há algumas temporadas - já fizeram a primeira vitima: Gibbs se machucou e Sagna teve que ser improvisado na lateral esquerda. Começo de temporada nebuloso para o Arsenal, que sem tempo para lamentações, estreia nesta quarta pela Champions League enfrentando o Fenerbahce na Turquia.

Visão tática do Arsenal

O Sábado não dava trégua. Na sequencia tínhamos o Manchester United estreando no País de Galês contra o Swansea. Mais do que uma simples estreia , o cotejo marcava o inicio da era pós-Fergusson. O escolhido para substituir Sir Alex Fergusson, foi o escocês David Moyes, que vinha de um longo e competente trabalho a frente do Everton. Moyes é adepto do futebol pragmático, sendo assim, decidiu manter o bom e velho esquema 4-4-1-1, o mesmo sistema de jogo que consagrou a era-Fergusson como a mais vencedora da historia do clube. 

Sem contratações de peso, os Red Devils chegam para esta temporada com um única duvida: a continuação de Wayne Rooney, que se manifestou favorável a uma possível transferência. Danny Welbeck foi o escolhido para fazer dupla com Van Persie.Aliás, o holandês nos brindou com dois golaços , demonstrando que vem forte em busca do tricampeonato consecutivo como artilheiro da Premier League. Welbeck guardou outros dois, um deles antológico, e assim, o Manchester United bateu o Swansea por 4 a 1 de forma categórica. 

O placar foi enganoso é verdade. O Swansea imcomodou o atual campeão inglês com seu toque de bola tradicional e toda a filosofia de jogo aperfeiçoada por Michal Laudrup. O United também contou com a categoria de Ryan Giggs, inoxidável como sempre, que orquestrou o time pelo lado esquerdo com sua singular categoria.. O Manchester United tem elenco, tradição, e vem forte para manter a coroa de campeão inglês.A Champions Legue é a prioridade, ninguém pode negar, e a permanência de Rooney passa a ser fator fundamental para o sucesso desta temporada, além do bom rendimento dos reservas de luxo que Moyes terá a disposição - Nani, Chicharito Hernandez, Anderson e Kagawa.

Visão tática do Manchester United
Em Stamford Bridge, muita festa para celebrar o regresso de Mourinho. Logo na chegada, o marrento português identificou problemas no vestiário. Era preciso devolver espaço, voz e prestigio para seus delegados . Por essas e outras, Frank Lampard e John Terry voltaram a ser titulares contra o Hull City. Uma mostra de poder e respeito. Em campo o Chelsea deu mostras de força. 

Logo nos primeiros minutos, uma sucessão de lances capitais; Lampard perdendo pênalti, Oscar marcando gol após lindo passe do estreante De Bruyne, e o mesmo Frank Lampard se redimindo com um gol de falta.

Os Blues decidiram apostar pesado no talento de seus jovens jogadores - Hazard, Oscar, Moses, André Schurrle e De Bruyme - principalmente os dois primeiros, que farão a segunda temporada como titulares do Chelsea. O elenco é vasto. Só para o comando de ataque Mourinho conta com 3 ótimas opções: Lukaku, Demba Ba e Fernando Torres. Juan Mata é outro que deve ganhar a posição de armador da equipe que estará postada por Mourinho no seu esquema tático predileto, o 4-2-3-1. O Chelsea tem tudo para brigar pelo titulo inglês, assim pela Champions League.

Visão tática do Chelsea
O Tottenham não esconde que sua grande ambição nesta temporada é enfim chegar a Champions League - bateu na trave nas últimas duas temporadas. O português André Villas-Boas foi ao mercado para fazer contratações pontuais. 

O clube do norte de Londres trouxe Paulinho e Soldado, além dos jovens Rose e Chadli. A novela Gareth Bale segue dando o que falar no Tottenham. O craque galês segue negociando sua ida ao Real Madrid, o que pode determinar o destino dos Spurs nesta temporada. No domingo, o Tottenham cruzou o rio Tamisa para enfrentar o recém- ascendido Crystal Palace, no sul de Londres. O jogo foi chato, de muita marcação.

O gol saiu em um pênalti gerado por Aaron Lennon, e que foi convertido sem problemas pelo espanhol Soldado. O Tottenham mostrou sua velha compactação.No 4-2-3-1 de Villas-Boas, foi possível ver que Paulinho não terá a mesma liberdade dos tempos de Corinthians. O meia foi escalado como primeiro volante, ao passo que o belga Dembélé saia da posição de volante para armar a equipe ao lado de Sigurdssom. O jovem Chadli, recém contratado junto ao Twente da Holanda, foi escalado na ponta-esquerda, e se saiu bem como substituto de Bale. O verdadeiro Tottenham só veremos nas próximas rodadas. Com Gareth Bale? Eis a questão fundamental.

Visão tática do Tottenham
O Manchester City vive novos tempos. Roberto Mancini deixou o clube após temporada marcada por decepções - eliminação na primeira fase da Champions League e vice-campeonato da Copa da Inglaterra. O chileno Manuel Pelegrini assume um elenco recheado de bons jogadores. Como de praxe, o xeique Mansour não hesitou em abrir o cofre. Fernandinho, Jovecic e Jesus Navas foram as principais incorporações . 

Contra o Newcastle pudemos ver o vasto repertorio do novo Manchester City. Postado no 4-2-3-1, Pellegrini colocou Yaya Toure mais recuado como primeiro volante, liberando Fernandinho para subir ao ataque afim de auxiliar David Silva na armação da jogadas. A troca de posições no ataque foi uma constante no primeiro tempo. Kun Aguero saia da esquerda para o centro, confundindo a zaga e abrindo o corredor para Dzeko. O grandalhão bósnio fez uma grande partida como referencia na área. Outro destaque ficou por conta do espanhol Jesus Navas, que deve ser peça fundamental na campanha atuando como válvula de escape pela ponta direita. O 4 a 0 sobre o tradicional time do norte da Inglaterra, demonstra que o City vem forte para abocanhar a Premier League e fazer uma campanha convincente na Champions League.

O fato é que Ninguém jogou mais bola que o City na primeira rodada. Que chegue logo a segunda rodada. Que venha mais um sábado em meio a beijos, Toddy e Premier League.

Visão tática do Manchester City

Felipe Bigliazzi Dominguez é colaborador do Pastilhas Coloridas e responsável pelo blog Ferrolho Italiano
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