Conheça o projeto Giganto em SP


Na metrópole de São Paulo aparecem mais e mais retratos em grande escala nas paredes e pilares dos viadutos e pontes. Giganto é o projeto de instalação com fotografias hiperdimensionadas de Raquel Brust. O trabalho consiste em utilizar a arquitetura da cidade como suporte para uma exposição fotográfica que reage à paisagem e interage com o público.

Como descrito no site do projeto, a proposta é uma fotografia ativa, onde obra e espectador se confundem. Cada Giganto é único, pois o local onde será instalado inspira o tema e conduz a pesquisa pelos personagens. Diluindo barreiras entre arte, antropologia visual e intervenção urbana, o projeto propõe captar a potência dos olhares e revelar a essência dos retratados. Transformar pessoas comuns em gigantos é um processo que exige intimidade e se orienta pela valorização do indivíduo, de sua identidade e de sua memória.


Para aqueles que participam do processo o retorno é imediato, tanto para os que estão envolvidos na produção e execução do projeto quanto para os que convivem com a obra. A paisagem é alterada e a arte é inserida no cotidiano da cidade, o que democratiza o acesso à cultura. Há uma ruptura na rotina e instantes de poesia são inseridos na vida das pessoas que caminham míopes pelas ruas. Enquanto todos fazem parte de uma massa única e sem rosto, um Giganto é inserido como um alerta de que há complexidade em cada unidade, que há uma família em cada janela, de que cada um é único e merece atenção.

Essa fotografia olha para o espectador, e o faz questionar sobre o cenário que está inserido. As pessoas são vistas como esculturas trabalhadas pelo tempo, e cada traço manifesta o que há de mais precioso em suas almas. Esses retratos são carregados de emoção, e é por essa impactante forma de fotografar que a obra ganha mais força e a sua dimensão se justifica. Cada vida é uma luta, e cada Giganto evidencia sentimentos comuns à humanidade.

Além disso, a experiência de se tornar um Giganto altera a percepção de si mesmo, de sua singularidade e de como é visto pela sociedade. E não é somente quem está no retrato que é tocado por essa transformação, são também aqueles que se identificam com a imagem, que convivem com alguém parecido ou percebem na expressão do rosto gigante um sentimento compartilhado. Na era do culto à beleza a qualquer preço e da busca pela eterna juventude, o projeto substitui os modelos perfeitos das publicidade por pessoas reais que exibem sua materialidade e impermanência.










Share: