Por Ana Mesquita |
Quando vai se aproximando a Virada Cultural Paulista, sempre vejo comentários pelas redes sociais de como o evento é limitado, pois só acontece uma vez por ano, e que eventos assim deveriam acontecer mais vezes. Concordo em partes. A ocupação das ruas e a instalação de palcos no centro da cidade deveria ser prática mais constante, mas não temos uma política cultural efetiva nem mesmo no Minc, imagina reivindicar isso na São Paulo proibidona do Mister K (parafraseando o Xico Sá).
Política cultural decente é direito e deveríamos participar mais dos mecanismo de participação existentes para reivindicar o que queremos, como cidadãos. Aqui no ABC a mesma coisa, a região está as traças, culturalmente falando, por conta das ingerências dos prefeitos. No entanto meu povo, eventos gratuitos tão aí, e coisa boa, de verdade! Ou então a preços acessíveis. E tá sobrando um troco no bolso da galera.
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| Ziraldo |
Política cultural decente é direito e deveríamos participar mais dos mecanismo de participação existentes para reivindicar o que queremos, como cidadãos. Aqui no ABC a mesma coisa, a região está as traças, culturalmente falando, por conta das ingerências dos prefeitos. No entanto meu povo, eventos gratuitos tão aí, e coisa boa, de verdade! Ou então a preços acessíveis. E tá sobrando um troco no bolso da galera.
Domingão de manhã estava eu na fila pra comprar os ingressos do Archie Shepp e um casal que estava na minha frente começou a puxar assunto perguntando sobre que shows eu ia comprar ingressos e tals. O cara vira e me fala: “Só consigo comprar os ingressos pros shows que quero ver se venho assim, no primeiro dia e primeiro horário de vendas. Lembro que antes era tão fácil comprar os ingressos para os shows do SESC”. Muitos shows do SESC tem acabado nas primeiras horas de vendas, caso comprovado com o shows do Mulatu Astatke e Paulinho da Viola.
A fala do cidadão ilustra bem o processo de crescimento da classe média pelo qual o país tem passado, com maior poder aquisitivo e querendo não só o pão, mas o circo também. E não sou especialista no assunto, mas já vejo que os equipamentos culturais existentes não estão mais dando conta da demanda. Acho que quem reclama da virada deveria ir a uma pra ver qual é a da parada (sim, conheço gente que reclama sem nunca ter ido), e também gastar um pouquinho do tempo fazendo uma pesquisa mais ampla pra saber o que está acontecendo fora de seu quadrado. Indico o próprio Pastilhas pra começar (isso porque nem falei da Pinacoteca, Museu da Língua, MASP, CCBB, Caixa Cultural e suas políticas de gratuidade de atividades).
Só pra finalizar, escrevi esse texto ouvindo os 4 discos da caixa “West Coast Seattle Boy” do Jimi Hendrix, inspiração máxima pra fluir as ideias. Procurem aí pra baixar, pois vale a pena.
Veja a programação da Virada Cultural Paulista 2011
Veja a programação da Virada Cultural Paulista 2011
Ana Mesquita é colaboradora do Pastilhas Coloridas e jornalista freelancer amante de cinema. Twitter: @anamesquitafoto
