O Programa Talentos do Brasil é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em parceria com o SEBRAE e apoio da Caixa Econômica Federal, ABIT, ASBRAER e do Pacto de Cooperação Brasil e Alemanha (GTZ).
Criado para estimular a troca de conhecimentos entre artesãos brasileiros, gerando emprego e agregando valor ao seu trabalho, o Programa reúne hoje o trabalho de 2.000 pessoas, que participam de 15 grupos organizados em 12 estados brasileiros: Amazonas, Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Formados, em sua maioria, por mulheres, têm como base o trabalho feito à mão e como essência o trabalho solidário e coletivo, por meio do qual elaboram coleções únicas.
Palha de palmeiras como o buriti e o tururi, coco e palha de babaçu, cipós, couro de peixe, sementes, sisal, sobras de madeira, bagacilho de cana, algodão orgânico, lã de carneiro, crina de cavalo e pedras preciosas, são algumas das matérias-primas utilizadas pelas mãos dessas artesãs.
O programa procura resgatar antigas técnicas manuais, muitas delas ameaçadas de desaparecer, entendendo-as como parte da identidade brasileira, que surpreende por ser tão variada e rica. Num misto de renovação e contemporaneidade, são valorizados o crochê, o ponto batido, o macramé, o labirinto, o fuxico, bordados variados herdados da tradição portuguesa e os trançados indígenas.
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Alguns dos produtos que são produzidos à partir do Programa Talentos do Brasil |
A comercialização está representada pela Cooperativa Nacional Marca Única (COOPERUNICA).
Juntam-se a essas iniciativas a parceria de designers, estilistas e arquitetos nacionais na concepção e no desenvolvimento de produtos diferenciados com acabamento e detalhes de primeira. Os conteúdos das coleções partem da cultura e da produção de cada região onde vivem os artesãos, onde natureza, sustentabilidade e espírito comunitário local é essência de todo o trabalho.
Já participaram do programa profissionais como Heloisa Crocco, Ronaldo Fraga, Renato Loureiro, Jum Nakao, Fernando Maculan, Amauri Marques, Virginia Scotti, Adriana Tavares,Yuri Sarmento e Eduardo Rosa. E é muito importante a participação desses profissionais, que trazem uma visão de mercado em contraponto com o trabalho artesanal. E não só isso, porque as técnicas do artesanato muitas vezes são lindíssimas, mas falta uma visão mais modernizada do trabalho final em si, o que faz com que esse produto venda.
Nas oficinas realizadas nos 12 estados, novas técnicas de beneficiamento de produtos são apresentadas às artesãs, como cortes e costuras para os têxteis, variações do processo de fiação e de tingimento e curtimento da pele de peixe. Na joalheria, são ensinadas técnicas de lapidação do mineral bruto e de ourivesaria.
Os preços das peças são criados a partir de custo fixo, matéria-prima, imposto, logística, lucro, mão-de-obra e outros itens definidos pelos grupos de artesãs e artesãos, com o apoio da equipe “Talentos do Brasil”. Após a entrega de pedidos, cada grupo produtivo divide o lucro entre seus participantes, conforme a produção de cada um.
Esses trabalhos estarão expostos esse ano na Rio +20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), entre os dias 16 e 22 de junho, onde serão também comercializados os produtos de todas as cooperativas.
Carolina Vitorino cursou Produção de Vestuário e atualmente se aprofunda em Modelagem. Priscila Tâmara estuda e trabalha com Modelagem Geométrica e cursou Merchandising p/ Varejo de Moda.