Liquidificador - Entre macacas de auditório, futebol e mulheres

Por Rodrigo Roah

Quarta feira chegou!

Dia de um novo escrito por essas bandas!

Há quem aguarde a quarta feira, não por minhas sandices, mas prefira a sandice de chuteira.

O profano futebol!

Falando no dito cujo. Convido a retornarmos a uma rodada anterior...

Domingo de muito sol no feriado de Independência. Noite agradável pra sair com uns amigos. Jogar conversa fora pra iniciar a semana com o pé direito.

Resolvemos ir a um bar no centro novo da cidade onde crescemos e, formamos a amizade que perdura até hoje.

Mas domingo não é um dia comum. Pelo menos não para os fanáticos por futebol.

Nesse dia, os torcedores vestem seu manto sagrado do time de coração e enchem a cara de cerveja. Enquanto isso, os jogadores enchem o bolso de dinheiro pelas peladas dominicais.

Até ai, nada de mais, não é mesmo? Cada um faz com o seu dinheiro e do seu fígado aquilo que bem entender.

Entre as conversas que tínhamos na mesa do bar, percebi que muitos freqüentadores não tiravam os olhos dos televisores. Efeito hipnótico igual aos que as crianças têm ao ver seu desenho favorito.

Bem. Não que eu e meus amigos não gostemos do famigerado futebol, mas, preferimos jogar a conversa fora a nos atentarmos para o tal jogo.

O jogo que me refiro era Atletimo-MG x Palmeiras.

Lá pelas tantas do jogo...

Um grito de gol soa quase em uníssono pela multidão. Era o terceiro gol do Atlético-MG.

Não. Não estava em nenhuma cidade mineira. Estava em São Bernardo do Campo – ABC Paulista. Os empolgados torcedores comemoravam o gol contra o rival de seu time. Eram corintianos.

Bem. O que me chamou a atenção após o uníssono foi à euforia de uma mulher.

Ela, enlouquecida, gritava!

- Chupa! Chupa! Chupa!

- Porra!

Vindo de um homem essas “quase onomatopéias” passariam despercebidas, pelo menos por mim. Atitude normal de alguns ogros que insistem em ser chamados de homens.

Imediatamente percebi que se tratava de uma mulher. Uma bela mulher por sinal.

Inclusive, já havia notado sua presença momentos antes de seus delírios. Se estivesse em outro local poderia achar que as palavras profanadas eram de excitação pelo a libido exacerbada de uma noite de sexo.

Confesso que mesmo estando num bar, pensei nessa possibilidade.

Olhei novamente para a loira de cabelos cumpridos e pele graciosa que insistia nos mesmos balbucios. Mas ninguém a tocava, o que deixava claro que não era uma excitação sexual.Pelo menos nenhuma excitação pelo tato.

Seria muito melhor se tivesse sido.

Pensei! Como uma moça de aspecto sereno poderia, por causa de um jogo de futebol, se transformar num ogro?

Mulheres de meu Brasil! A educação, o jeito de andar e se portar, são coisas que as diferencia dos ogros e dos homens. Perder isso é virar macaca de auditório, manja?

Algumas mulheres querem tanto virar o centro das atenções que neste caso, como diria meu velho amigo Marquinhos...

“Ela se acha, mas ninguém acha ela”.

Há momentos que me faltam às palavras e só a algo a dizer:

Sinto um imenso pesar por aquela pseudo mulher.

Algumas feministas, convictas, podem dizer que as mulheres têm os mesmos direitos que os homens.

Com certeza!

Mas para que querem ser iguais nesse sentido?

Devem sempre procurar o melhor e, não o pior.

A delicadeza é fator primordial da aura feminina. Pelo menos para esse que vos escreve.

Larguem o consumo exagerado de cerveja, coloque um lindo batom nos lábios, um belo salto, solte os cabelos e exale a alquimia que faz com que homens deixem de dar atenção para o futebol e mudem o foco para outro jogo.

O jogo da conquista será muito mais interessante.

Mostre que nessa partida você pode bater um bolão e finalize com um gol de placa!

Rodrigo Roah é jornalista, poeta e idealizador do blog As Caravelas. Twitter: @rodrigoroah
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