Vasco x Botafogo, um clássico digno do velho Maraca

Na estréia da nossa nova coluna sobre futebol, Marcelo Mendez passa o bastão (com todo respeito) pro nosso mais novo colaborador...

Felipe Bigliazzi é muito mais do que o último mullet do planeta! 

O amigo cantor que assume os vocais da banda Sentimento Carpete a banda de punk rock mais Língua de Trapo do Brasil é sem duvida o texto mais bem elaborado das terras de cá, na Ludopédia nossa. Quando fui bater asa pra outros cantos e pensei num sujeito de minha Laia para assumir meu canto aqui no Pastilhas Coloridas não pensei duas vezes: Chamei Felipe!

Daqui por diante, os Senhores terão a oportunidade de conhecer o trabalho de um cara estudioso, profundo conhecedor da pelota, apaixonado por futebol, boa gente, talentoso, nem tão bonito( Porque ae já seria demais né??) mas ótimo Cronista.

O lugar daqui pra frente é dele. Faço as honras da casa e convido todo mundo para conferir a coisa. Arrepia as letra ae Felipe!

Marcelo Mendez

Por Filipe Bigliazzi Dominguez

Domingo de clássico no Rio de Janeiro e os atrativos para um grande jogo iam além dos 27 graus: Juninho x Seedorf, o líder do campeonato em campo e a estreia de Cholo Guiñazu com a camisa cruzmaltina...

Apesar do abusivo preço de 80 reais para arquibancada, o que afastou a massa, mesmo assim vimos um belo jogo no New Maracanã, digno dos tempos do ex- maior estádio do mundo. O Botafogo começou a partida mostrando os predicados que o fazem líder do campeonato. No bom e velho 4-2-3-l, o time de General Severiano mandou no principio de jogo, sempre com Vitinho e Seedorf se associando constantemente pelo lado direito do campo; o lateral peruano Yotun era a peça mais vulnerável da defesa vascaína, e foi por ali que o Botafogo quase chegou ao gol em duas oportunidades.

Guiñazu não teve a estreia que a torcida vascaína esperava. Não conseguiu marcar Seedorf, além de sentir lesão muscular e deixar o campo para a entrada de Wendell. A marcação botafoguense era implacável, Marcelo Mattos não deixava Juninho participar da partida, e o Vasco dependia das arrancadas de Eder Luis, que no novo esquema tático de Dorival Junior foi atuar pela ponta direita.

O Botafogo abriu o placar em uma jogada casual, fruto da desatenção da frágil zaga vascaína formada por Renato Silva e Rafael Vaz. O segundo gol veio logo em seguida, em lindo passe de Vitinho - o melhor da partida - Seedorf saiu na cara de Diogo Silva e demonstrando sua velha categoria, anotou o segundo gol botafoguense. O Fogão poderia ter ampliado e matado a partida. O Vasco voltou para partida quando em um grosseiro erro de saída de bola, Eder Luis bateu a marcação de Julio Cesar; Juninho recebeu entre Bolívar e Doria, e com um lindo giro deixou André com o gol aberto para descontar e dar vida ao Vasco.

O segundo tempo começou a todo vapor. Logo no primeiro lance, Pedro Ken - que no 4-2-3-1 de Dorival Junior veio atuar aberto pelo lado esquerdo - se aproveitou da lambança do lateral Gilberto para ir ao fundo e deixar Eder Luis na cara do gol, o atacante cruzmaltino chutou na trave, e no rebote André anotou o empate.

A resposta botafoguense veio em seguida, fruto do entrosamento e da mobilidade de seu quarteto de ataque; Rafael Marques apareceu como ponta-esquerda, limpou Nei e colocou a redonda da gaveta: 3x2 fogão; Dorival Junior foi ousado, tirou seu melhor marcador no meio de campo - Sandro Silva - recuando Pedro Ken para sua posição original - volante - apostando na entrada de Robinho pela ponta-direita. Eder Luis, exausto, deu lugar ao lateral Fagner - que foi atuar como ala direito.

O Vasco cresceu no jogo mas carecia de qualidade na saída de bola. Juninho ficava a mercê da marcação de Marcelo Mattos. O Botafogo cozinhou o jogo com Seedorf, que no segundo tempo trocou de posição com Lodeiro, mas que seguia nos deleitando com toda a sua categoria e inteligência para prender a bola no campo de ataque. Nos últimos minutos, Osvaldo de Oliveira fechou ainda mais o time com a entrada de André Bahia no lugar de Lodeiro. Os três pontos estavam garantidos e a liderança consolidada em mais uma atuação do Botafogo.

Em um clássico digno dos velhos Maraca, o Fogão demonstrou mais uma vez que é forte candidato ao título. O Vasco mostrou evolução no 4-2-3-1 de Dorival Junior, mas a Juninhodependência ainda é notória.

Confira o esquema tático da partida nos dois tempos...


Felipe Bigliazzi Dominguez é colaborador do Pastilhas Coloridas e responsável pelo blog Ferrolho Italiano
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