Elsaclides da Cunha - Próxima parada: Canudos

Pôr do sol em frente ao monumento de Antonio Conselheiro e o Museu Histórico de Canudos / Foto: Elsa Villon
Por Elsa Villon

Depois de embarcar há quase um ano “No Bico do Tuiuiú”, desta vez a proto-jornalista que vos escreve tem outro destino: Bahia, mais precisamente Canudos Velha.

Novamente pela Universidade Metodista de São Paulo, mas sem o apoio do Projeto Rondon, contamos com os parceiros da Faculdade de Medicina do ABC e o Instituto Brasil Solidário na manga. A coisa é grande, o barato é louco e o processo é... rápido.

Tão rápido que quase (notem a ênfase do quase) não dá tempo de inaugurar mais uma coluna de viagens nessas Pastilhas Coloridas que nós tanto prezamos. E por essa razão, quero saldar novamente Vinícius Alves e Cláudio Cox pelo espaço cedido: valeu pessoal, pago um bolovo quando voltar.

Por envolver mais pessoas e contar apenas com poucos, mas leais patrocinadores e apoiadores, desta vez os projetos de extensão demandar mais de todos os envolvidos. Mais gente, mais trabalho, mais empenho, mais solidariedade. Não tem militar para carregar mala e cozinhar. Não tem patrocínio de Ministério nenhum. Somos nós por nós mesmos e a o apoio e altruísmo de cada um dos envolvidos.

Para todas as atividades, contamos com a orientação do professor Victor Bigoli, da área de biomedicina e responsável pelo atendimento e emissão de exames básicos à população local. E para auxiliar as atividades, contamos também com coordenadores das áreas de medicina, biologia e educação física, entre eles, meus dois parceiros de Rondon: Fernando Balthazar e Fábio Mariano.

Nesse ponto, quero destacar o empenho extremo de Bigoli, também coordenadores de todos os projetos de extensão da Metodista e está sempre correndo com tudo. E também o Professor Fernando, que desta vez não irá nos acompanhar nas atividades fisicamente, mas a sua voz ressoará constantemente em nossas cabeças com suas constantes imitações de Silvio Santos.

Há exatos 110 anos, o então correspondente de guerra do jornal o Estado de S. Paulo, Euclides da Cunha, lançava a consagrada obra constante nas listas de vestibulares da FUVEST: Os Sertões. Seu trabalho jornalístico rendeu-lhe uma série de reportagens sobre o acontecimento histórico que mudou o destino e mostrou a luta de Antonio Conselheiro e o povo de Canudos.

Dotada da consciência de que eu não sou nenhum Euclides da Cunha, adoto portanto o pseudônimo de Elsaclides da Cunha para tentar relatar, descrever e disseminar a vida, a luta e o homem de Canudos Velho – sem guerra, sem enchente e sem internet E conto com dois estudantes de jornalismo nessa empreitada: Jéssica Rodrigues e Nicolas Iory.

Sei que meu dotes jornalísticos distanciam-se e muito do talento de Euclides, mas quem sabe um dia uma série de matérias minhas não tornar-se-ão um livro praguejado por todos os vestibulandos?

Deixem-me sorte, pois o medo de avião agora é substituído por um dia e meio de busão. E muita coisa pela frente. Se tudo der certo e nada der errado, semana que vem tem a continuação dessa aventura.

Elsa Villon é colaboradora do Pastilhas Coloridas, jornalista e fotógrafa viciada em café, cinéfila, adora Beatles e cheiro de pão saindo do forno. Twitter: @elsavillon
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