Por Rodrigo Roah
Um banho de piscina lavou minha alma atormentada que desejava desesperadamente por um novo ciclo de oportunidades favoráveis. Como disse em escritos anteriores 2012 foi o ano da veia, Dona Zica.
Passei a virada empanturrado, não pensei que fosse diferente, normalmente passo as tais entradas com um sobrepeso no estômago.
Esse ano voltei a passar o revellion com minha mãe e, no seu reduto os populares se unem para uma famigerada ceia coletiva. Coisa linda!
Cada um leva um prato e o que quiser se embriagar. Ta feita à festa de fartura, gordura e como diria minha amiga Carla Lana, gordices!
Poderia aqui falar sobre mais do mesmo, cenas que se repetem em todo festejo de entrada, mas esse realmente foi diferente de todos os outros que me entendo por gente. Por um simples e único motivo. Fiquei sóbrio. Mantive minha decisão firme e irrefutável de ver a virada com os olhos da sobriedade.
Coisa inédita dos idos de meus 32 anos. Bem, não sei se foi por isso que achei a passagem tão sem graça. A meu ver os fogos eram muito mais intensos em anos anteriores, as mulheres que ficavam ao meu redor muito mais belas e eu muito mais charmoso.
Não me caiu a ficha porque cargas d’água as pessoas se reúnem num determinado recinto contado os minutos e segundos para a meia noite? Vivem reclamando que perdem tempo em filas de banco, supermercados, que o atendente demora no fast food e ficam sem fazer porra nenhuma, no mínimo por meia hora, esperando o que? O que acham que vai acontecer de tão estupendo?
Bem, o fato é que também esperei. Esperei e nada aconteceu. Nada a não ser a entrada de 2013 que brindou minha primeira virada que consigo refletir sem gosto de desinfetante na boca.
Já no dia primeiro...
Sai com meu irmão para pular as tradicionais 7 ondas. Nem me pergunte por que fiz isso.
Também nunca havia feito, mas como o ano passado foi uma merda... Quem sabe isso muda alguma coisa. Dizem que 7 é o número da perfeição... Vamos ver no que é que da.
Saindo do prédio demos de cara com uma treta feia de caiçaras com alguns turistas sabe lá por que. O fato é que escapamos de nos envolvermos em uma pancadaria.
Primeiro sinal de sorte de 2013.
Caminhando um pouco mais, já na areia, percebemos um rapaz praticamente expulsando o Alien de seu corpo. Tamanha era à vontade com que chamava o querido Hugo de seu estômago.
Logo me vi na face do rapaz anos anteriores e pensei. Que bosta!
Finalmente cumpri a missão dos 7 miseráveis pulos para a rendição de meus pecados e libertação para um ano de sorte.
Que o começo molhado de 2013 faça com que meu suor não seja percebido em minha face e que limpe minha alma por 365 dias até o final glorioso, ou não.
Resta esperar boa sorte de 2013 e que não demore para o próximo feriado nessa terra de meu Deus.
Que venha o carnaval!
Rodrigo Roah é jornalista, professor, poeta e idealizador do blog As Caravelas. Twitter: @rodrigoroah